segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Mar Amor

Mar Amor,
Quem não nadou nesse mar, foge.
Quem já nadou nele, quase morre.
Quando calmo, é como amar.
Quando revolto, é como sofrer.
A toda hora, agora,
Ondas quebram na praia;
É a ilusão que cai sobre mim.
Se me afogo para esquecer,
É a solidão que me tomou.

Quis aprender a nadar:
Quis ser amada.
Quero mergulhar e não voltar:
Quero esquecer-te.
Esse mar me carrega,
O amor me domina.
Meu barco afundou;
Você se foi, me deixou.
Outra vez vai ancorar
Em outro mar, em outra areia;
Vai velejar e encontrar
Uma pessoa em meu lugar;
Como um dia me achou
Desarcodada, em alto-mar.

O mar é assim.
O amor é como o mar.
Quando se ama alguém,
Tudo se move, num balançar.
Ser amada é um mar manso;
Sofrer por alguém é maremoto.
E nessa imensidão,
Se é apenas um ser
Que nada, nada e nada,
E a maré puxa para o fundo
Ou lhe leva só para a praia.
O seu amor foi uma embarcação
Que navegou enquanto amou;
Mas o vento soprou sua vela
E eu sou apenas mais um náufrago
A chorar a solidão.

Quando se está no meio do mar
E os pés não alcançam o chão,
Aquele pânico é como a dor
Que faz sofrer o meu ser.
Você ancorou no meu coração;
Marinheiro sem destino partiu.
Você tem muito mais de um porto
E um amor em cada um.
Se sonhar é como boiar,
O sal é esse amargo
Que me invade como um mar bravo.
As águas entram em minha boca
E me impedem de te chamar.
Eu fiquei a ver navios
Que passam longe, no horizonte.
Eu passo a noite e o dia no mar
Esperando um marítimo voltar.
Você é quem foi,
Eu sou quem ficou;
O nosso amor virou mar.



 31 de julho de 2005.

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