sexta-feira, 15 de abril de 2011

Um Ano


Um ano se arrastou,
O primeiro.
Dispenso comemorações.
Pasmem:
Ainda há memórias.
É vivo comigo;
Não sei se vive.
Parecem milênios,
Sonhando revivo.
Até o próximo ano
E noutros, nunca mais.
Bobeira de adolescente,
Drama de uma separação.


08 de junho de 2006.

Esperado


Quem irá fazer tudo o que sempre sonhei?
Levar a minha mão a sentir seu coração?
Amar meu olhar, emoldurar nossos sonhos;
Partilhar comigo suas diferenças e seus enganos.
Parar pra sentir o clima no ar;
Ver e viver a vida ao meu lado passar;
Desfrutar de um pleno amor derradeiro.



20 de junho de 2006.

Incômodo


Ainda conservo meus valores;
Não conseguiram me abater.
Não secaram minha fonte;
Isso só fez render o meu senso de crítica.
Eu penso em coisas mundanas,
Eu enxergo através do tempo
E dispenso sua ignorância.
Eu cedi aos seus caprichos
E hoje vejo tudo indo para o lixo.
Não pense no que lhe convém,
Não quero competir nada com ninguém.
Porque eu já perdi, eu estou fora.
Eu sempre vou pro banco de reservas;
Esperando quem nunca vai chegar.
O amor é involuntário;
Eu não pedi o seu, eu não lhe chamei,
Você fez e veio,
E logo se foi, me esgotando ao meio.

Minha preferência é chorar por nada.
Você deve achar que sou uma desgraçada,
Que não quer aceitar,
Que não quer entender
A filosofia de sua vida cretina;
Essa sua mania de soberania
Em relação a minha razão.

Deixa ferver;
Que uma hora eu evaporo sem ver.
Deixa o pesar;
Ele um dia passa e se não passar,
Eu vou o arrancar,
Eu vou me atrever a desobedecer
O meu ideal.
Você não tem moral,
Mas não é o meu mal;
Você é apenas um incômodo.


05 de setembro de 2005.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Objetivo




Tanto tempo eu deixei pra trás,
Nem sei como aqui cheguei.
Num piscar de olhos
Eu não vejo nada;
Tenho risco de fracassar.
Rezei pelos meus medos
E por saber que nunca mereci;
Quero ter a vitória
Para que você possa enxergá-la dentro de mim.

Há tanto tempo que eu tenho pressa
Em encontrar uma razão;
O objetivo de minha crença
É que o bem não seja em vão.
Seja o que for o amanhã,
Não tem por que
Pra todo o momento que hoje eu viver,
Porque a vida é tão breve,
Mas sempre se apaga;
Se perde, mas nunca se acaba;
Eu sei, mas nem todos encontram a paz
Que buscam em seus ideais,
Nos seus dias vitais...



30 de maio de 2005.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Sorriso dos Olhos


 


A chegada é sempre um impacto;
Sem data marcada vem pra se instalar.
Faz pensar, sentir, refletir, até emocionar.
Capaz de transformar um pranto
Em um sorriso largo;
Fazer de um abraço todo seu aquecer querido;
Descobrir em cada mais um beijo
Um novo sabor preferido.

Ter uma nova visão de futuro,
Definir seu próprio rumo.
Largar essa tal liberdade que prende;
A verdade é que ser livre
Permite a solidão te aprisionar.

Sorria com olhos, ame um olhar.
Não chore com a boca
Que a palavra-lágrima não volta.
Feche os olhos para ouvir,
Fale com a voz do coração.
Deixe quem quiser escutar.




27 de abril de 2006.

Processo



Via um rosto radiante,
Imaginava todo instante mais um olhar.
Silenciava meus pedidos,
Me ocultava em meu íntimo.
Você deveria procurar,
A chance te sondava.
O sorriso era alarme,
Indiferença às vezes representa charme;
Eu não entenderia.
Só que dessa vez já não posso revelar
Sem tua confirmação.

A visão voltada sempre em outra direção
Angustiava.
Olhava dando risada;
Minha mão segurava,
Esperança alimentada.
Eu sonhava acordada
Porque assim me realizava.
Pensava, era você quem esperava;
A metade de mim,
Era a junção pra dois corações.



16 de maio de 2006.
 

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Consenso


Dezesseis só sonhando
Só me fizeram gastar
Tempo, cabeça, paciência, consciência,
E pouco de loucura “incrementar”.
Falhei até nos erros,
Descontei nos acertos;
E alguém a me manipular.
Andei no repouso,
Parei na corrida,
Recebi a visita sem chegar.

 















Fantoche humano.
Humildade, a fraude.
Não pertenço a esta família
Do homem de hoje;
Escravo que é livre,
Que paga e se deixa explorar.

Deseduquei me educando,
Ampliando uma visão geral;
Desde o sistema até a moral.
E os que me veem só pra reparar
As minhas unhas, meus modos, meu gosto,
Só estão aqui pra ocupar lugar.    

  

          03 de dezembro de 2005.            


Como Dizem




Tudo tem seu tempo;
Eu ainda estou no tempo de crescer.
O tempo que me esgota
É o mesmo tempo que me aguarda,
Que me faz envelhecer.
E cadê o tempo dessa hora?

Se tudo tem seu tempo,
Que tempo é esse agora?
Nesse instante,
Qual tempo está reservado?
Próximos dias,
O que tem me esperado?

Tempo, entendo,
Você coordena o momento;
Até o meu chegará,
Enquanto não...
Não quero desesperar;
Não estou esperançada;
Não sou descrente.
Como dizem (não dizendo),
Não sei o que fazer até lá...



06 de maio de 2006.