sexta-feira, 15 de abril de 2011

Incômodo


Ainda conservo meus valores;
Não conseguiram me abater.
Não secaram minha fonte;
Isso só fez render o meu senso de crítica.
Eu penso em coisas mundanas,
Eu enxergo através do tempo
E dispenso sua ignorância.
Eu cedi aos seus caprichos
E hoje vejo tudo indo para o lixo.
Não pense no que lhe convém,
Não quero competir nada com ninguém.
Porque eu já perdi, eu estou fora.
Eu sempre vou pro banco de reservas;
Esperando quem nunca vai chegar.
O amor é involuntário;
Eu não pedi o seu, eu não lhe chamei,
Você fez e veio,
E logo se foi, me esgotando ao meio.

Minha preferência é chorar por nada.
Você deve achar que sou uma desgraçada,
Que não quer aceitar,
Que não quer entender
A filosofia de sua vida cretina;
Essa sua mania de soberania
Em relação a minha razão.

Deixa ferver;
Que uma hora eu evaporo sem ver.
Deixa o pesar;
Ele um dia passa e se não passar,
Eu vou o arrancar,
Eu vou me atrever a desobedecer
O meu ideal.
Você não tem moral,
Mas não é o meu mal;
Você é apenas um incômodo.


05 de setembro de 2005.

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