domingo, 28 de agosto de 2011

No Final



Eu cheguei a acreditar em mim,
Que seria uma garota normal.
Acabei me descobrindo solitária.
Não adiantam os poucos amigos
Que ainda me restam na escola;
Eu caí por isso mesmo,
Por só ter alguns conhecidos.
Eu não quero elogios, esperanças,
Nem ouvir músicas com lágrimas.
Eu tenho necessidade de ir,
Eu quero sumir.
Meu lugar nunca foi aqui,
Suportando o insuportável,
Querendo o inalcançável,
Mergulhando num mar sem fim.
Eu cansei de viver de ilusão, de solidão;
De viver só pensando como vou conseguir viver assim;
De incerteza, de humilhação;
Sendo desprezada a cada novo passo no amor;
De sorte ou azar;
De bem ou mal;
De começo e fim;
De alegria ao choro.
Não quero continuar do amor ao ódio;
Não me transforme de infeliz a uma sofredora,
Eu te suplico!

 19 de junho de 2005.

Leve, Solta, Livre, Fraca


Nesta minha cama, eu me sento
Em busca de novas frases.
Escutando versos que me tragam
Novas inspirações
Para expressarem essa fase.
Uma fórmula essencial,
Que não fale de estrelas,
Mas de algo mortal.
Garotos não têm instintos;
Só se escondem, são covardes.
Nada do que vejo neles deve ser verdade.
Eu encosto minha cabeça no travesseiro
Pra esquecer que fui enganada,
Traída, enrolada por um deles.
Vou me abrir, sem rimas:
Leve, solta, livre, fraca.

Está difícil cumprir o que prometi pra mim;
Ter que ver você e pressentir que ainda me olhas,
Que te amostras pra obter minha atenção.
Eu juro, estou ocultando o máximo que posso;
Pra reencontrar meu rumo,
Pra não desesperar;
Mas me parece que a vida se encarrega disso.
Cantar, mais uma vez, me faz recordar
Que cada gesto teu me deste sem cobranças,
Mas com o intuito de que eu lhe devolvesse.
Portanto, somente o que irá faltar
É você completar esse espaço em branco
Que deixou em meu eu
E apagar as marcas do adeus.
Só eu sei o quanto é duro perdoar,
Mas quem me deixou foi você;
Então, volta que ainda estou em casa.

De alguma forma, apareça,
Arrume qualquer desculpa.
Numa fração do tempo
Reafirme seu amor, em si.
Desta maneira estou ficando transtornada;
Estou exausta de esperar uma iniciativa.
Então me liga, quebra o silêncio
Que está entre nós dois;
Meu telefone ainda é o mesmo.
Não tenho mais ideia do que escrever...

26 de junho de 2005.

Tropeços


Eu tropeço em minhas próprias falas.
A cor de seus olhos não diz mais nada.
Eu não pretendo confiar em você;
Todo o mel se desfez.
Pra que outro alguém?
Para me atropelar também?
Eu perdi a minha condução.
Você não é o que eu fantasiei.
Eu jurei ao meu coração um amor
E não lhe dei;
E agora, ele me cobra.

Detesto esse tema: príncipe encantado.
Isso é filme de cinema;
O que existem são sapos.
Odeio os injustos;
Odeio você!
Mas o amo, como eu o amei ontem;
Não deveria, mas o que é correto?
Nessa guerra de mulheres contra homens
Nenhum dos dois está certo,
De nada!

Eu pretendo fazer acertos,
Você dá um jeito de aparecer.
Eu levanto, planejo mudanças,
Crio esperanças e você vem dizer
Com seus olhos,
Aqueles que refizeram sonhos,
Que é por receio que você se esconde;
Eu pergunto para seu eu inteiro
E ele responde:
Não posso prometer, mas amo você.
E tudo fica mais esquisito;
Já não sei o que mais digo
E tropeço pelas pedras em meu caminho.
Odeio amar...

 14 de agosto de 2005.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Um Dia Melhor Virá



Hoje eu vejo o mundo de um jeito diferente,
Aprendi com essa gente que só ta aqui pra roubar.
Eu vejo olhos e rostos gananciosos
E as pessoas inocentes com suas vidas têm que pagar.
Eu vejo lágrimas, tristeza e muita morte;
Somos jogados a própria sorte
Ou a um jogo de azar.
Eu vejo fome, pessoas na miséria,
Enquanto outros estão de bobeira
Gastando só por gastar.

Esse nosso mundo está tomado pelo dinheiro;
Só quem tem é a minoria,
Que só quer o seu bem-estar.
A liberdade nesse mundo não existe;
Quem de nós está livre pra mandar e desmandar?
A compaixão foi deixada lá atrás
Quando o Filho do Pai foi crucificado pra nos salvar.
E o melhor, o Amor, foi esquecido;
Serão poucos os escolhidos
Porque os outros não sabem amar.

Queremos paz,
Queremos mais dignidade
E igualdade, em reais;
Não somos normais,
Mas somos pessoas,
Merecemos ser tratados iguais.

Não se deixe levar pelas aparências;
Eles só querem explorar.
O que você pode fazer
É tentar mudar o mundo como hoje está;
Comece por si mesmo,
Sua consciência dirá o seu preço,
O que você terá que pagar;
E um dia melhor virá...

29 de outubro de 2004.




sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Vidas


Sou uma vida nessa escura vida
E dentro de mim bate outra vida.
Essa vida não me pertence,
Não a domino, não a torturo,
Pois mesmo a tendo por dentro
Não tem o poder de me livrar dos sofrimentos.
Mas eu posso envolvê-la, guardá-la
E não deixá-la morrer.

Mas a vida de fora é amarga,
Nem se compara ao doce dos sentimentos.
Ela me destrói, me causa dor;
Viver nela é único e breve,
Como se num sopro, ela evaporasse.

Mas a minha vida é dividida:
Triste por viver nesse mundo sem razão;
Feliz, porque a vida que tenho
É um amor crescente.
A vida de dentro é o meu coração,
Minha alegria, meu sonho,
Minha espera por você...

24 de dezembro de 2004.