segunda-feira, 9 de maio de 2011

Desgosto de Viver

Não sei viver sem um amparo;
Aqui me sinto atordoada.
Aqui, prisão domiciliar,
Estou ficando entediada.
Tédio é pouco;
Nesse mundinho louco,
Eu mal respiro.
Alguém faça parar
Essa dor de me machucar;
Nem sei se resisto.

Nada além pode amenizar
Minha angústia,
Desgosto de viver.
E ainda tenho que lutar e sobreviver;
Devo a dois, o direito de vencer.

Jogada aqui em minhas cobertas,
Não tenho nada pra fazer.
E a vontade que dá é de dormir,
Até não mais acordar
Pra essa vida, que desanima;
Ter ânimo pra que?
Tô vendo o mundo brigar.
Só auxilia a minha agonia,
A vontade de rever todos que deixei.

Acelere as minhas horas,
Me leve embora;
Gosto insuportável
Do azedo, do amargo,
O sem sabor da solidão.
Que coração? Que razão?
Não existe mais nada em mim.
Só rebelião, revoltas em vão;
Só amigos me tirariam desse chão.



08 de dezembro de 2005.

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